TCC com crianças: estratégias lúdicas e formulação adaptada
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A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) com crianças exige adaptações importantes em relação à prática com adultos. Isso não significa alterar a base teórica — que permanece ancorada na relação entre pensamento, emoção e comportamento —, mas sim ajustar a linguagem, os métodos e as estratégias de engajamento ao universo infantil.
Neste artigo, abordamos como estruturar intervenções eficazes em TCC com crianças, desde a formulação de caso até o uso de recursos lúdicos, passando pelo envolvimento da família e da escola no processo terapêutico.
As bases da TCC na infância
A TCC aplicada a crianças parte do mesmo princípio da TCC tradicional: modificar padrões disfuncionais de pensamento e comportamento para promover regulação emocional e funcionamento adaptativo. Porém, as características do desenvolvimento infantil — como menor capacidade de abstração, atenção oscilante e comunicação simbólica — exigem um formato mais concreto, visual e participativo.
Adaptação da formulação de caso
1. Identificação de gatilhos e padrões
Com crianças, a identificação de pensamentos automáticos exige criatividade. Pode-se usar:
Desenhos de situações-problema
Personagens que "pensam parecido com a criança"
Cartas de pensamentos bons vs ruins
2. Emoções e comportamentos
Trabalhar com termômetros emocionais, bonecos, histórias e jogos facilita a identificação e nomeação de emoções.
3. Crenças centrais adaptadas
Crenças como “ninguém gosta de mim” ou “sou burro” são frequentes e podem ser exploradas por meio de histórias personalizadas ou construção de “diários de herói”.
Estratégias lúdicas para TCC com crianças
Técnicas e recursos adaptados
Jogo das Emoções: cartas com expressões faciais e situações para treino de identificação emocional.
Cubo dos Pensamentos: cada face representa um tipo de pensamento (realista, catastrófico, positivo, etc.).
Histórias terapêuticas: narrativas que modelam resolução de problemas, enfrentamento e autoestima.
Cartazes e murais: material produzido em conjunto com a criança sobre o que aprendeu e conquistou.
Super-heróis terapêuticos: criação de personagens com habilidades que a criança deseja desenvolver.
Tarefas de casa adaptadas
Missões semanais com adesivos e recompensas simbólicas
Diários ilustrados de pensamento ou emoção
Jogos interativos com os pais reforçando as habilidades aprendidas
Envolvimento da família e da escola
1. Família como co-terapeuta
Pais devem ser orientados para:
Identificar padrões de reforço involuntário
Estabelecer rotinas consistentes
Reforçar os avanços da criança com elogios e atenção positiva
2. Escola como aliada terapêutica
Acompanhamento com professores
Adaptação de atividades e avaliações
Inclusão de estratégias de autorregulação em sala (cartões de pausa, rotina visual, etc.)
Exemplo clínico adaptado
Paciente: menino de 9 anos, com ansiedade de separação e recusa escolar.
Intervenções realizadas:
História ilustrada sobre "o corajoso que aprende a ficar sozinho"
Termômetro emocional usado ao acordar e antes da escola
Cartões de enfrentamento no estojo escolar
Missões semanais com reforço positivo da família
Resultados após 10 sessões:
Retorno gradual à escola com menos sofrimento
Maior verbalização de medos e estratégias de enfrentamento
Melhora da relação mãe-filho nas separações
Considerações éticas e técnicas
Sempre obter consentimento informado dos responsáveis e assentimento da criança
Manter linguagem clara, acessível e respeitosa
Evitar promessas irreais ou idealizaçõe
Adaptar o ritmo da terapia às flutuações emocionais e cognitivas infantis
Conclusão
A TCC com crianças é potente, criativa e profundamente transformadora — quando respeita o desenvolvimento infantil, integra a família e utiliza estratégias acessíveis, visuais e lúdicas. O raciocínio clínico continua sendo a espinha dorsal do processo, mas expressa-se por meio de jogos, desenhos, histórias e vínculos cuidadosos.
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