Análise Qualitativa de Protocolos de Desenho: Técnicas Complementares à Análise Quantitativa
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Na Avaliação Neuropsicológica, especialmente em tarefas visuais e motoras (como a Figura Complexa de Rey, Desenho do Relógio, ou até desenhos livres), grande parte da interpretação costuma se concentrar em escores e erros padronizados, gerando dados quantitativos. No entanto, existe todo um campo de estudo que foca na análise qualitativa desses protocolos de desenho, buscando compreender estratégias, sequências e concepções mentais que o paciente utiliza.
Este artigo discute:
- Por que a análise qualitativa é relevante?
- Exemplos de técnicas para avaliar protocolos de desenho além do escore bruto.
- Vantagens e limitações dessa abordagem.
- Dicas para quem deseja integrar métodos qualitativos à prática clínica.
Ao final, convidamos você a conferir artigos no blog da IC&C, como “Fontes de Erro Comuns em Avaliações: Como Minimizar Viés de Aplicador e Ambiente” e “Controle de Qualidade em Serviços de Avaliação Neuropsicológica: Indicadores e Metas”. Além disso, conheça nosso Programa de Formação Avançada em intervenções cognitivas e comportamentais.
1. Por que Realizar Análise Qualitativa de Protocolos de Desenho?
- Padrões e Estratégias
- Enquanto a análise quantitativa foca em acertos/erros e pontuação, a qualitativa permite entender como o paciente constrói o desenho: qual a ordem, se faz contornos primeiro, se divide em partes etc.
- Detecção de Processos Cognitivos
- Observando a forma de desenhar, podemos inferir aspectos de planejamento, funções executivas, organização visuoespacial e até emocionais (por exemplo, hesitação, incerteza ou rigidez).
- Individualização
- Dois pacientes podem ter o mesmo escore quantitativo, mas formas qualitativamente diferentes de chegar ao resultado final. A análise qualitativa revela nuances que a pontuação não capta.
2. Exemplos de Técnicas Qualitativas
2.1 Observação Sequencial
- Registro Passo a Passo: Enquanto o paciente desenha, o avaliador anota a sequência (o que ele desenha primeiro, como progride etc.).
- Numeração de Partes: Em protocolos como a Figura Complexa de Rey, podemos numerar as partes à medida que o paciente as coloca no papel. Isso indica lógica de construção e organização de elementos.
2.2 Análise de Erros Qualitativos
- Deslocamentos e Distorções: Se o paciente desloca uma parte do desenho para fora do eixo ou cria assimetrias estranhas, isso pode indicar déficits em percepção visuoespacial ou funções executivas.
- Simplificações e Omissões: Quando há simplificação excessiva ou omissão de detalhes complexos, podemos associar a problemas de atenção, memória de trabalho ou planejamento.
2.3 Categorias de Estratégia
- Holística vs. Fragmentada: Alguns pacientes fazem o desenho de forma global, enquanto outros vão parte por parte, correndo o risco de não conectar adequadamente os elementos.
- Uso de Autoverbalização: Há quem fale em voz alta sobre o que está desenhando; isso pode indicar alta demanda executiva ou tentativa de autorregulação.
2.4 Correções e Roteiro Visual
- Riscos Apagados ou Rasurados: Quantas vezes o paciente apaga ou redesenha algo? Isso pode sugerir perfeccionismo, insegurança ou dificuldades em organizar a imagem mental.
- Exemplo: No Desenho do Relógio, observar se o indivíduo rabisca muito antes de posicionar cada número, se conta mentalmente, se distribui ângulos corretamente etc.
3. Vantagens da Análise Qualitativa
- Enriquecimento do Laudo
- Ao descrever como o paciente chegou ao resultado, o avaliador fornece dados clínicos que podem orientar intervenções direcionadas (p. ex. reabilitação focada em estratégias de planejamento).
- Identificação de Perfis
- Pacientes com a mesma pontuação final podem ter estilos cognitivos distintos, e a análise qualitativa revela isso, ajudando a individualizar tratamento ou orientações escolares.
- Possibilidade de Rastreamento de Mudanças
- Em avaliações subsequentes, comparar estratégias adotadas e não apenas o escore final. Isso revela se o paciente aprendeu novos métodos de organização ou compensação.
4. Limitações e Cuidados
- Treinamento do Avaliador
- A análise qualitativa depende de observação atenta e conhecimento das teorias cognitivas e neurológicas que embasam a construção de desenhos.
- É preciso evitar excesso de subjetividade e buscar fundamentar a interpretação em referenciais confiáveis.
- Tempo Extra
- Registrar passo a passo e descrever estratégias demanda mais tempo que apenas pontuar um teste. Em clínicas com alta demanda, isso pode ser um desafio.
- Falta de Normas e Padronização
- Ao contrário dos escores quantitativos, há menos padronização e manuais sobre análise qualitativa, tornando difícil comparar dados entre profissionais ou contextos.
- Influência Emocional e de Instruções
- Se o paciente estiver ansioso ou receber instruções confusas, a forma de desenhar pode refletir essas interferências, e não apenas aspectos cognitivos.
5. Dicas para Integrar a Análise Qualitativa à Prática
- Documentar Tudo
- Filmar ou fotografar etapas intermediárias do desenho (se permitido), anotar falas do paciente e numerar elementos à medida que surgem.
- Combinar com Escore Quantitativo
- Use o método oficial (ex.: Rey Complex Figure – sistema de pontuação) e complemente com as observações sobre estilo e estratégia.
- Formar Equipe ou Supervisão
- Discutir casos em grupo ou com um supervisor mais experiente para alinhar interpretações e evitar vieses pessoais.
- Manter Registro de Casos
- Criar um banco de protocolos onde cada caso tenha registrado não apenas o score, mas também o resumo da análise qualitativa, facilitando futuras comparações e pesquisas internas.
Conclusão e Próximos Passos
A análise qualitativa de protocolos de desenho enriquece o entendimento sobre o funcionamento cognitivo de cada paciente, revelando estratégias, dificuldades e pontos fortes que passam despercebidos em uma avaliação puramente quantitativa. Quando aliada a bons instrumentos e à leitura do contexto (história clínica, comportamento emocional), oferece subsídios valiosos para diagnósticos e reabilitações mais precisas.
Para seguir aprendendo sobre Avaliação Neuropsicológica e abordagens de análise, sugerimos:
- Fontes de Erro Comuns em Avaliações: Como Minimizar Viés de Aplicador e Ambiente
- Controle de Qualidade em Serviços de Avaliação Neuropsicológica: Indicadores e Metas
E conheça o Programa de Formação Avançada da IC&C para aprofundar suas habilidades em avaliação e intervenção, entendendo como estratégias qualitativas podem melhorar a acurácia e a efetividade do trabalho clínico.
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