Cognição Social: guia completo sobre o cérebro social, seus processos e implicações clínicas
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O ser humano é, por definição, um ser social. A sobrevivência, o desenvolvimento e a saúde mental dependem profundamente da capacidade de interagir, compreender e responder adequadamente aos outros.
É nesse contexto que emerge a Cognição Social — um dos domínios mais importantes da cognição humana, fundamental para a vida em sociedade, para os vínculos afetivos, para a regulação emocional e para o bem-estar psicológico.
👉 Déficits na cognição social estão presentes em diversos transtornos, como TEA (Transtorno do Espectro Autista), esquizofrenia, TDAH, depressão, transtornos de personalidade, demências frontotemporais, entre outros.
O que é cognição social?
Cognição social é a capacidade de perceber, interpretar e gerar respostas adequadas às informações sociais.
Inclui todos os processos mentais que usamos para:
- Compreender os outros.
- Interpretar intenções, emoções e pensamentos alheios.
- Regular nosso próprio comportamento social.
É, portanto, a cognição aplicada ao contexto das relações interpessoais.
Componentes da cognição social
1. Percepção social
- Capacidade de captar informações visuais, auditivas e contextuais sobre as emoções, expressões faciais, tom de voz e gestos dos outros.
👉 Dano: dificuldades em ler expressões faciais, captar sarcasmo ou ironia.
2. Teoria da Mente (ToM)
- Capacidade de compreender que outras pessoas possuem pensamentos, crenças, desejos e intenções diferentes dos seus.
- 👉 Dano: dificuldade em interpretar intenções, gerar empatia cognitiva ou entender pistas sociais complexas.
3. Empatia
- Empatia cognitiva: entender o que o outro pensa e sente.
- Empatia afetiva: sentir junto, experimentar uma resposta emocional apropriada ao outro.
- 👉 Dano: distanciamento afetivo, frieza emocional, interpretações egocêntricas.
4. Percepção emocional
- Capacidade de reconhecer e nomear emoções nos outros e em si.
👉 Dano: interpretar tristeza como raiva, não perceber sofrimento no outro, falhar em ajustar respostas emocionais.
5. Regulação social e tomada de decisão moral
- Aplicação de regras sociais, julgamento de situações sociais e tomada de decisão considerando o contexto social e ético.
👉 Dano: comportamentos inapropriados, desinibição, insensibilidade social.
Neurociência da cognição social
Estruturas cerebrais envolvidas:
- Amígdala: processamento de sinais emocionais e sociais, como medo e ameaça.
- Córtex pré-frontal ventromedial: tomada de decisão social e julgamento moral.
- Córtex pré-frontal dorsolateral: integração cognitiva nas interações sociais.
- Giro temporal superior: percepção social, reconhecimento de expressões faciais e movimentos biológicos.
- Córtex cingulado anterior: empatia e monitoramento de erros sociais.
- Ínsula: percepção dos estados internos e empatia afetiva.
- Junction Temporoparietal (TPJ): núcleo da Teoria da Mente.
👉 A cognição social é suportada por uma rede distribuída, muitas vezes chamada de "cérebro social".
Cognição social na prática clínica
Quando avaliar?
- Queixas de dificuldade social: isolamento, falta de empatia, dificuldade em entender os outros.
- Presença de transtornos como:
- TEA (Transtorno do Espectro Autista)
- TDAH
- Transtorno de Personalidade (especialmente Borderline e Antissocial)
- Esquizofrenia
- Demências frontotemporais
- Depressão, Transtornos de Ansiedade Social e TEPT
Impacto funcional dos déficits:
- Relações interpessoais prejudicadas.
- Dificuldades em ambientes de trabalho e escola.
- Isolamento social, solidão, conflitos constantes.
- Vulnerabilidade à rejeição, bullying ou exclusão social.
Avaliação da cognição social
Instrumentos específicos:
- Reading the Mind in the Eyes Test (RMET) ➝ capacidade de interpretar emoções olhando apenas para os olhos.
- Faux Pas Test ➝ detectar erros sociais, como gafes e comentários inapropriados.
- Strange Stories Test ➝ avaliar Teoria da Mente em histórias complexas.
- Teste de Reconhecimento de Emoções Faciais (Ekman ou similares).
- Teste de Empatia (Empathy Quotient - EQ).
- Mini-SEA ➝ inclui avaliação de cognição social e empatia.
👉 Além disso: é fundamental avaliar funções executivas, percepção e linguagem, pois sustentam os processos sociais.
Intervenções para déficits em cognição social
Terapias Cognitivo-Comportamentais e Neuropsicológicas:
- Treino de habilidades sociais.
- Treino de percepção emocional.
- Role-playing e encenação de situações sociais.
- Intervenções baseadas em Teoria da Mente.
- Uso de vídeos, imagens, histórias sociais e softwares de treinamento social.
Abordagens complementares:
- Mindfulness: aumenta a consciência dos próprios estados internos, facilitando empatia.
- Terapia baseada na mentalização (MBT).
- Terapia focada na compaixão (CFT).
- Programas de treino específico para cognição social em TEA e esquizofrenia, validados cientificamente.
Cognição social e saúde mental
👉
A cognição social é hoje considerada uma dimensão fundamental da saúde mental.
Pessoas com dificuldades nesse domínio:
- Têm mais risco de isolamento social, depressão, ansiedade e sofrimento psíquico.
- Apresentam prejuízo significativo na qualidade de vida, independentemente de ter ou não um transtorno formal diagnosticado.
Conclusão
Cognição social não é um detalhe da mente humana — é seu centro operacional para a vida em sociedade.
Avaliar, entender e intervir nesse domínio é uma responsabilidade fundamental de qualquer psicoterapeuta, neuropsicólogo ou profissional da saúde mental.
Cuidar da cognição social é cuidar da saúde mental, da qualidade dos vínculos e da capacidade do indivíduo de existir no mundo com mais conexão, empatia e autonomia.
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