Crenças de Desvalor Pessoal: Entendendo e Transformando a Base Cognitiva do Sofrimento Psicológico
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Na estrutura da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), poucas construções são tão centrais quanto as crenças nucleares — ideias profundamente arraigadas que o indivíduo tem sobre si, o mundo e os outros. Dentre essas crenças, as de desvalor pessoal são, talvez, as mais comuns e devastadoras na clínica. Elas formam o pano de fundo para uma série de sintomas de transtornos como depressão, transtorno de ansiedade social, transtornos alimentares e diversos quadros de sofrimento emocional.
O que são crenças de desvalor?
Crenças de desvalor pessoal são ideias centrais negativas que a pessoa tem sobre si mesma. Elas não são simples pensamentos automáticos que surgem ocasionalmente — são verdades absolutas internalizadas, como:
- “Sou um fracasso.”
- “Sou inadequado.”
- “Não tenho valor.”
- “Nunca serei bom o suficiente.”
Elas costumam ser formadas na infância e adolescência, a partir de experiências de rejeição, crítica constante, abandono emocional, bullying, negligência ou comparações desvalorizadoras com irmãos, colegas ou modelos sociais.
Como essas crenças se formam?
A criança, em um esforço de sobrevivência emocional, tenta entender o porquê de suas experiências dolorosas. Ao invés de pensar que o cuidador está errado, ela conclui: “Se minha mãe não me dá atenção, deve ser porque sou indigno de amor.” Assim, a experiência negativa é interpretada como evidência de que há algo de errado com ela.
Com o tempo, essas ideias se tornam o filtro através do qual a pessoa interpreta todas as suas experiências. Um elogio é minimizado (“ele só disse isso por educação”), um erro é supervalorizado (“sou um idiota”), e os sucessos são descartados (“qualquer um teria conseguido”).
Como se manifestam na clínica?
Pacientes com crenças de desvalor tendem a:
- Ter baixa autoestima crônica;
- Ser altamente autocríticos, mesmo diante de pequenas falhas;
- Sentir-se constantemente inseguros ou inadequados;
- Desenvolver padrões de perfeccionismo como tentativa de compensar a crença (“só serei aceito se for perfeito”);
- Apresentar sintomas depressivos, como desânimo, anedonia e desesperança.
Nos quadros de depressão, por exemplo, o paciente pode expressar frases como:
“Não importa o que eu faça, nunca vou ser suficiente.”
Essa verbalização é reflexo direto da crença de desvalor. É a raiz de interpretações distorcidas e estratégias comportamentais disfuncionais, como isolamento, procrastinação ou autossabotagem.
Técnicas para identificar crenças de desvalor
Durante o processo terapêutico, o terapeuta cognitivo-comportamental utiliza diversas estratégias para identificar essas crenças, como:
- Flecha descendente (downward arrow): técnica de questionamento socrático para acessar camadas mais profundas do pensamento automático.
- Exemplo:
- Paciente: “Acho que vão rir de mim se eu apresentar no trabalho.”
- Terapeuta: “E se isso acontecer, o que significaria para você?”
- Paciente: “Que eu sou ridículo.”
- Terapeuta: “E se for ridículo, o que isso diz sobre você?”
- Paciente: “Que eu sou um fracasso.”
- Análise de padrões recorrentes: observar as situações nas quais a pessoa se sente inferiorizada ou se autodeprecia.
- Registro de pensamentos disfuncionais: ajuda o paciente a tomar consciência das interpretações automáticas e de como elas reforçam a crença negativa.
Intervenções terapêuticas
Uma vez identificada a crença de desvalor, a TCC propõe um processo sistemático de reestruturação cognitiva, que envolve:
- Psicoeducação sobre o modelo cognitivo e a função das crenças centrais;
- Testes comportamentais para gerar experiências corretivas que contradizem a crença;
- Reformulação de significados com base na história de vida (por exemplo, entendendo que o abandono de um pai não diz nada sobre o valor pessoal do paciente);
- Substituição gradual por crenças alternativas mais realistas e funcionais, como “Eu tenho valor independentemente dos meus erros”.
Importante: esse processo é lento e emocionalmente denso. As crenças centrais não mudam com uma simples argumentação racional — elas requerem repetição, evidências concretas, acolhimento da dor e, muitas vezes, a reconexão com aspectos da história de vida que ficaram sem elaboração emocional.
Relações com outras áreas da psicoterapia
Embora esse conceito tenha origem na TCC tradicional, ele dialoga profundamente com:
- Os esquemas disfuncionais precoces, da Terapia do Esquema (Young, 2003);
- A noção de autoimagem negativa, abordada em terapias de terceira onda, como a ACT;
- A relação de apego e validação emocional, muito estudada em abordagens integrativas.
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