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A segunda onda da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) foi marcada por uma revolução conceitual: os pensamentos passaram a ser considerados parte fundamental no entendimento e no tratamento dos transtornos psicológicos. Dentro desse novo paradigma, o modelo ABC surgiu como uma ferramenta didática e terapêutica essencial para ajudar pacientes e terapeutas a compreenderem a relação entre eventos, cognições e reações emocionais.
Neste artigo, exploramos a origem e estrutura do modelo ABC, como ele se integra ao pensamento de Aaron Beck e como sua aplicação clínica transformou a forma como entendemos o sofrimento humano.
O que é o modelo ABC?
O modelo ABC é uma estrutura funcional de análise cognitiva que ajuda a organizar os eventos vivenciados por uma pessoa, os significados atribuídos a eles e suas consequências emocionais e comportamentais.
A sigla ABC representa:
- A (Antecedent) – Evento ativador (situação ou estímulo)
- B (Belief) – Crença ou pensamento automático
- C (Consequence) – Consequência emocional ou comportamental
Essa estrutura foi originalmente formulada por Albert Ellis, criador da Terapia Racional-Emotiva-Comportamental (TREC), mas foi amplamente adaptada e utilizada por Aaron Beck e seus seguidores no contexto da TCC.
Exemplo prático
Imagine a seguinte situação clínica:
- A: Você não foi convidado para uma reunião de amigos.
- B: “Eles não gostam de mim. Eu sou insignificante.”
- C: Tristeza intensa, evitação social e pensamentos autodepreciativos.
O paciente pode inicialmente acreditar que sua tristeza foi causada diretamente pela situação (A), mas o modelo ABC mostra que a
interpretação (B) é o elo crítico na produção da resposta emocional (C).
Esse modelo permite uma intervenção mais precisa, focando na reestruturação cognitiva das crenças disfuncionais que alimentam o sofrimento.
A relação entre o modelo ABC e Aaron Beck
Embora o modelo ABC tenha surgido inicialmente com Albert Ellis, Aaron Beck deu a ele uma nova roupagem ao desenvolver o modelo cognitivo da depressão. Beck identificou padrões de pensamentos automáticos negativos que influenciam profundamente o comportamento e a emoção do indivíduo.
Na prática da TCC desenvolvida por Beck:
- O A pode ser um gatilho externo ou interno (uma lembrança, sensação, evento).
- O B são os pensamentos automáticos, crenças intermediárias e crenças centrais.
- O C inclui respostas emocionais, fisiológicas e comportamentais.
Essa estrutura se tornou uma ferramenta clínica indispensável no processo de formulação de caso e planejamento terapêutico.
Utilidade clínica do modelo ABC
1. Psicoeducação
Ajuda o paciente a entender como seus pensamentos influenciam suas emoções e comportamentos, promovendo insight cognitivo.
2. Mapeamento de padrões
Permite identificar crenças disfuncionais recorrentes e os gatilhos associados.
3. Reestruturação cognitiva
Serve como ponto de partida para questionar e reformular pensamentos automáticos.
4. Empoderamento do paciente
Ao entender que seu sofrimento não é causado apenas pelos eventos externos, o paciente descobre novas possibilidades de ação.
Como aplicar o modelo ABC na prática
Na clínica, o terapeuta pode utilizar perguntas específicas para aplicar o modelo com clareza:
- A (Situação): O que aconteceu exatamente? Onde você estava? Com quem?
- B (Pensamento): O que passou pela sua cabeça naquele momento?
- C (Consequência): Como você se sentiu? O que fez depois?
Além disso, o uso de registros de pensamentos estruturados com o modelo ABC é uma prática comum na TCC tradicional.
Relação com outros conceitos da TCC

Limitações do modelo ABC
Apesar de ser amplamente útil, o modelo ABC tem suas limitações:
- Pode simplificar processos complexos;
- Nem todos os pacientes se adaptam bem ao modelo racional;
- Em alguns casos, não capta o impacto emocional antes da cognição verbal;
- Pode parecer "mecânico" se usado de forma rígida.
É por isso que muitos terapeutas hoje integram o ABC com abordagens da terceira onda da TCC, como ACT e DBT, que ampliam o olhar para aspectos mais experienciáveis da vivência emocional.
Conclusão
O modelo ABC é um dos pilares fundamentais da TCC clássica e segue sendo uma ferramenta extremamente eficaz para compreender e intervir no sofrimento psicológico. Sua estrutura simples e lógica oferece clareza tanto para terapeutas quanto para pacientes e facilita a mudança de padrões disfuncionais enraizados.
Estudar e aplicar o modelo ABC com competência é um passo essencial para qualquer terapeuta que deseje oferecer intervenções mais embasadas, sistemáticas e eficazes.
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