Criação de Protocolos Específicos para TDAH: Comparação de Baterias para Diagnóstico Diferencial
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O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) se caracteriza por padrões persistentes de desatenção, impulsividade e/ou hiperatividade que afetam a vida acadêmica, profissional e social do indivíduo. Contudo, o diagnóstico nem sempre é simples, pois diversos outros fatores — como ansiedade, depressão, dificuldades de aprendizagem e contexto familiar — podem influenciar o desempenho cognitivo e comportamental.
Neste texto, abordaremos:
- A importância de protocolos específicos na avaliação de TDAH
- Comparação de baterias e testes utilizados para o diagnóstico diferencial
- Boas práticas ao elaborar um protocolo clínico robusto
- Dicas para lidar com variáveis como faixa etária e comorbidades
Ao final, convidamos você a visitar outros artigos no blog da IC&C, como “Entrevista Clínica vs. Dados de Testes: Como Correlacionar Informações Qualitativas e Quantitativas” e “Como Escolher a Bateria de Testes Ideal: Fatores Etários, Culturais e Objetivos Clínicos”. Se quiser se aprofundar, conheça também o nosso Programa de Formação Avançada em intervenções cognitivas e comportamentais.
1. Por que um Protocolo Específico para TDAH?
- Complexidade Diagnóstica
- Embora o TDAH seja relativamente comum na população, sintomas como desatenção e impulsividade podem aparecer em outros quadros, como Transtorno de Ansiedade, Depressão ou Dificuldades de Aprendizagem (p. ex., dislexia).
- Um protocolo específico visa diferenciar essas condições, identificando a raiz do problema.
- Personalização do Manejo Clínico
- Ao detalhar as funções cognitivas afetadas e as características comportamentais do indivíduo, o terapeuta pode planejar intervenções ou encaminhamentos mais adequados (p. ex.: TCC adaptada, uso de medicação estimulante, suporte educacional).
- Redução de Erros de Diagnóstico
- Sem um protocolo, corre-se o risco de superdiagnosticar TDAH ou, ao contrário, ignorar déficits reais por falta de evidências específicas.
- A aplicação de testes isolados, sem correlação clínica, pode levar a conclusões imprecisas.
2. Baterias e Testes Comumente Utilizados
2.1 Testes de Atenção Seletiva e Sustentada
- d2 – Teste de Atenção Concentrada
- Verifica a capacidade de discernir estímulos relevantes de irrelevantes.
- É rápido e gera índices de erro, omissão e variabilidade.
- CPT (Continuous Performance Test)
- Uma das escalas mais clássicas para analisar atenção sustentada e impulsividade.
- Pode ser aplicado em computador, registrando tempo de reação e erros de comissão e omissão.
2.2 Avaliação de Funções Executivas
- WCST (Wisconsin Card Sorting Test)
- Mede flexibilidade cognitiva, capacidade de alternar regras e lidar com feedback.
- Indivíduos com TDAH muitas vezes têm dificuldade em ajustar estratégias.
- Trail Making Test (Partes A e B)
- Exige coordenação visuomotora, atenção dividida e controle executivo.
- A parte B é particularmente sensível à alternância de categorias e atenção.
2.3 Escalas de Comportamento e Entrevistas
- SNAP-IV ou Conners’ Rating Scales
- Questionários aplicados a pais, professores ou ao próprio paciente (autorreporte), avaliando frequência de sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade.
- Fundamentais para correlacionar observações diárias com dados de testes.
- Entrevista Clínica Estruturada
- Garante a coleta de histórico (início dos sintomas, situações em que ocorrem) e possíveis comorbidades.
2.4 Outras Ferramentas
- Teste de Memória Operacional (ex.: Digit Span do WAIS/WISC): TDAH afeta, em muitos casos, a capacidade de manipular informações mentalmente.
- Testes de Velocidade de Processamento (ex.: Code, Symbol Search do WAIS/WISC): útil para detectar lentificação cognitiva ou impulsividade exagerada.
3. Comparando Baterias para Diagnóstico Diferencial
- Bateria / Teste
- Foco Principal
- Vantagens
- Limitações
- CPT
- Atenção sustentada e impulsividade
- Fornece dados objetivos de omissões e comissões
- Pode sofrer influência de familiaridade com computador
- d2
- Atenção concentrada
- Aplicação rápida, norms variadas
- Menos sensível a funções executivas complexas
- WCST
- Flexibilidade cognitiva
- Alta sensibilidade a disfunções executivas
- Exige tempo e maior familiaridade com instruções
- Trail Making (B)
- Atenção dividida e alternância
- Rápido e fácil de aplicar
- Influenciado por coordenação visuomotora e alfabetismo
- Escalas Conners
- Observação de sintomas diários
- Integrando comportamento real
- Depende da sinceridade e percepção dos avaliadores
4. Boas Práticas na Elaboração de Protocolos
- Incluir Múltiplos Domínios
- TDAH é multifacetado, portanto use instrumentos para atenção, funções executivas, memória de trabalho e velocidade de processamento.
- Observar Contexto e História
- Entrevista clínica detalhada é fundamental para entender quando e como os sintomas surgem, e se há fatores externos (como problemas familiares, bullying, depressão).
- Correlacionar Informações
- Resultados de testes precisam ser comparados com escalas comportamentais e relatos de pais, professores ou o próprio paciente.
- Considerar a Escolaridade
- Ajustar testes conforme o nível educacional para evitar viés ou conclusões precipitadas.
- Cautela com Rótulos
- TDAH não é sinônimo de baixo rendimento — muitos indivíduos têm traços leves ou funcionam normalmente em determinados contextos. Um diagnóstico seguro evita etiquetar falsamente a pessoa.
5. Exemplos de Aplicação e Interpretação
- Cenário Infantil:
Uma criança de 9 anos apresenta queixa de desatenção na escola e dificuldades para copiar lições. A aplicação de d2 e CPT revela vários erros de omissão, indicando atenção sustentada baixa. Entretanto, no Conners’ Rating, a professora destaca hiperatividade moderada, mas os pais negam impulsividade em casa. A entrevista mostra que a criança dorme apenas 6 horas por noite devido a rotinas familiares desorganizadas, sugerindo fatores externos que potencializam os sintomas. - Cenário Adulto:
Um universitário de 22 anos reclama de procrastinação e dificuldade para completar leituras. A Trail Making (B) mostra lentidão significativa, enquanto o WCST revela dificuldade em mudar de estratégia. Entretanto, escalas de ansiedade indicam transtorno de ansiedade social, que pode explicar parte da impulsividade nas interações. Pode ser TDAH coocorrendo com ansiedade, ou uma exacerbação de traços atencionais por conta do quadro ansioso.
Conclusão e Próximos Passos
Elaborar protocolos específicos para avaliar TDAH envolve selecionar ferramentas capazes de diferenciar esse transtorno de outras condições e entender o impacto dos sintomas na rotina do indivíduo. A junção de testes padronizados (focados em atenção e funções executivas) e escalas comportamentais (para captar o dia a dia) compõe a base de um diagnóstico seguro e orienta melhor as intervenções.
Para continuar aprendendo sobre Avaliação Neuropsicológica e temas afins, leia:
- Entrevista Clínica vs. Dados de Testes: Como Correlacionar Informações Qualitativas e Quantitativas
- Como Escolher a Bateria de Testes Ideal: Fatores Etários, Culturais e Objetivos Clínicos
E conheça o Programa de Formação Avançada da IC&C. Lá, você terá suporte para dominar a seleção de testes, análise de escalas comportamentais e construção de protocolos adaptados a diferentes populações, promovendo uma prática neuropsicológica mais eficaz e bem embasada cientificamente.
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