Autossabotagem: Como a TCC Explica e Intervém no Ciclo de Boicote Pessoal
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“Eu começo, mas nunca termino.”
“Quando estou perto de conseguir, eu mesmo me atrapalho.”
“Se eu fracassar, pelo menos não foi porque tentei de verdade.”
Essas falas são comuns tanto na clínica quanto no nosso próprio diálogo interno. A autossabotagem é um fenômeno complexo, frustrante e profundamente humano. Embora pareça irracional, ela faz todo sentido quando olhamos pelos modelos da neurociência, da psicologia do comportamento e, especialmente, da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).
Neste artigo, você vai entender como funciona o ciclo da autossabotagem, por que ela se mantém e, sobretudo, como intervir de forma estruturada, baseada em evidências e neurociência.
O Que é Autossabotagem?
Autossabotagem é qualquer padrão recorrente em que um indivíduo, consciente ou inconscientemente, se coloca em situações que impedem seu próprio sucesso, bem-estar ou desenvolvimento.
Diferente de simples procrastinação, a autossabotagem está ligada a processos mais profundos, muitas vezes associados a crenças nucleares, esquemas emocionais e medo de enfrentamento.
Neurociência da Autossabotagem
Quando falamos em autossabotagem, estamos lidando com um conflito neurobiológico entre dois sistemas:
- Sistema de ameaça: amígdala, córtex cingulado anterior, ínsula ➝ gera respostas de medo, desconforto, evitação.
- Sistema de recompensa e motivação: estriado ventral, núcleo accumbens ➝ busca prazer, realizações e metas.
Quando o avanço em direção a uma meta ativa crenças de insuficiência, medo de fracasso, medo de sucesso ou rejeição, o cérebro responde ativando o sistema de ameaça. O resultado? Evitação, procrastinação, distrações, abandono de projetos — a famosa autossabotagem.
Por Que Sabotamos a Nós Mesmos?
Razões comuns identificadas na TCC:
- Medo de fracassar: “Se eu não tento, não fracasso.”
- Medo de sucesso: “Se eu tiver sucesso, vão esperar mais de mim.”
- Perfeccionismo: “Se não for perfeito, nem vale a pena.”
- Impostor interno: “Vou ser descoberto como uma fraude.”
- Esquemas de insuficiência: crença central de que não sou capaz, não sou bom o bastante.
O Ciclo da Autossabotagem na Formulação Cognitivo-Comportamental
- Crenças nucleares ativadas: “Não sou capaz”, “Sou insuficiente”, “Fracasso é inaceitável”.
- Pensamentos automáticos:
- “Isso é muito difícil.”
- “Não sei nem por onde começar.”
- “Se eu falhar, vai ser humilhante.”
- Respostas emocionais:
- Ansiedade
- Medo
- Tensão
- Vergonha
- Comportamento de evitação:
- Procrastinar
- Abandonar projetos
- Distrações constantes
- Perder prazos
- Alívio momentâneo:
- Menor ansiedade no curto prazo (reforço negativo).
- Consolidação da crença:
- “Tá vendo? Eu realmente não sou capaz.”
Intervenções em TCC Para Romper o Ciclo da Autossabotagem
1. Psicoeducação Sobre o Ciclo
- Mostrar como o comportamento de evitar gera alívio no curto prazo, mas reforça o problema no longo prazo.
2. Identificação e Modificação de Crenças Centrais
- Mapear esquemas como insuficiência, desamor, fracasso.
- Utilizar técnicas de reestruturação cognitiva para desafiar essas crenças.
3. Reestruturação de Pensamentos Automáticos
- Trabalhar distorções como:
- Catastrofização
- Leitura mental (“Vão achar que sou incompetente”)
- Supergeneralização (“Sempre erro, nunca acerto”)
4. Exposição a Situações Temidas
- Desconstruir a evitação através de pequenas exposições graduais à tarefa ou meta evitada.
5. Ativação Comportamental
- Dividir metas em microtarefas.
- Celebrar pequenos avanços para gerar reforço positivo.
- Usar a técnica dos “5 minutos” para iniciar.
6. Regulação Emocional
- Mindfulness para tolerar desconforto.
- Técnicas de respiração, grounding e aceitação emocional.
- Ensinar que desconforto não é sinal de que algo está errado — é sinal de crescimento.
7. Trabalho com Valores e Propósito
- Sair do modelo de performance ➝ entrar no modelo de vida guiada por valores.
- Qual é o significado por trás da meta? Por que isso importa para você além de “dar certo” ou “não fracassar”?
Integração Com Terapias de Terceira Onda
- ACT (Terapia de Aceitação e Compromisso): agir a serviço de valores, mesmo na presença de desconforto.
- Terapia Focada na Compaixão (CFT): trabalhar autocrítica, autocompaixão e resgatar um senso de humanidade comum.
- Mindfulness: observar pensamentos e emoções sem fusão cognitiva.
Autossabotagem Não é Falta de Vontade. É Um Ciclo Aprendido — e Tratável.
Quando você ou seus pacientes começam a compreender esse ciclo, algo poderoso acontece: a culpa dá lugar à compreensão. E a partir da compreensão, é possível construir mudança real.
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