Como adaptar as ferramentas da TCC para diferentes perfis de pacientes
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A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) oferece uma ampla variedade de ferramentas estruturadas — como fichas de pensamento, diários de emoções, registros de atividades e planos de ação. No entanto, para que essas ferramentas tenham real eficácia, elas precisam ser adaptadas ao perfil do paciente, considerando idade, escolaridade, contexto cultural, estilo de aprendizagem e nível de funcionamento.
Neste artigo, vamos apresentar como adaptar as ferramentas da TCC para diferentes públicos — crianças, adolescentes, adultos, idosos e pacientes com necessidades específicas — garantindo que elas sejam compreensíveis, engajadoras e terapeuticamente potentes.
Por que adaptar as ferramentas da TCC?
- Para garantir compreensão e adesão
- Para respeitar as singularidades cognitivas e emocionais
- Para promover protagonismo e não dependência
- Para aumentar a eficácia clínica com intervenções centradas na pessoa
Ferramentas eficazes são aquelas que fazem sentido para o paciente — não apenas para o terapeuta.
Adaptação por faixa etária
Crianças
Características: Pensamento concreto, linguagem lúdica, baixa tolerância à abstração.
Adaptações recomendadas:
- Substituir textos por desenhos, colagens ou emojis
- Utilizar personagens, histórias e jogos terapêuticos
- Criar “missões da semana” em vez de tarefas formais
- Usar material visual (quadros, cartões, dados, jogos de tabuleiro)
Exemplo: Em vez de “registro de pensamentos”, criar um “diário do SuperCérebro” com carinhas e cores.
Adolescentes
Características: Autonomia emergente, busca por identidade, sensibilidade ao julgamento.
Adaptações recomendadas:
- Usar apps e planilhas digitais
- Relacionar temas à realidade (escola, redes sociais, grupo de pares)
- Trabalhar com exemplos de influenciadores, cultura pop e dilemas sociais
- Estimular o uso da escrita ou voz (áudios, diários reflexivos)
Exemplo: Diário de emoções em aplicativo com possibilidade de emojis e campos curtos de texto.
Adultos
Características: Alta variabilidade de perfis; geralmente mais abertos a estratégias estruturadas.
Adaptações recomendadas:
- Avaliar o estilo cognitivo do paciente (mais racional, mais emocional, mais visual, mais verbal)
- Flexibilizar nível de formalidade das tarefas (ex: anotar no celular ou verbalizar)
- Focar em metas relacionadas à vida adulta (trabalho, filhos, autocuidado)
Exemplo: Plano de ação dividido em microtarefas com lembretes no celular e revisão semanal.
Idosos
Características: Potencial lentificação cognitiva, valores tradicionais, resistência a tecnologia, experiências de perdas.
Adaptações recomendadas:
- Escrita grande, clara e objetiva
- Utilização de caderno físico com tópicos bem definidos
- Resgate de experiências passadas como base de aprendizagem
- Trabalhos com rotina, memória e autonomia
Exemplo: Registro de atividades com divisões por manhã, tarde e noite + anotações manuais.
Adaptação por condição clínica
Pacientes com TDAH
Desafios: Desorganização, impulsividade, dificuldade de foco e manutenção de rotina.
Adaptações recomendadas:
- Dividir tarefas em microetapas (checklists visuais)
- Usar reforços frequentes e imediatos
- Inserir alarmes e lembretes visuais
- Trabalhar com metas curtas e revisões constantes
Pacientes com depressão
Desafios: Baixa energia, desesperança, desmotivação.
Adaptações recomendadas:
- Começar com tarefas mínimas e prazerosas
- Validar qualquer esforço, mesmo que incompleto
- Combinar uso de registros com ativação comportamental
- Focar em ações que gerem senso de domínio e prazer
Pacientes com ansiedade
Desafios: Preocupações excessivas, evitação, hiperatividade cognitiva.
Adaptações recomendadas:
- Inserir práticas de grounding e regulação fisiológica junto aos registros
- Trabalhar com exposição gradual (e fichas para planejar e refletir sobre a exposição)
- Tornar os planos de ação simples, realistas e repetíveis
Pacientes com baixa escolaridade
Desafios: Dificuldade de abstração, linguagem limitada, vergonha de escrever.
Adaptações recomendadas:
- Uso de linguagem simples e direta
- Preenchimento conjunto das ferramentas na sessão
- Uso de desenhos ou relatos orais gravados
- Evitar termos técnicos (ex: usar “pensamento que apareceu na hora” em vez de “pensamento automático”)
Boas práticas ao adaptar ferramentas
- Negociar o formato com o paciente — “O que faz mais sentido para você?”
- Modelar o uso na sessão antes de pedir como tarefa
- Revisar os registros juntos, sempre com validação
- Flexibilizar a estrutura sem perder o objetivo terapêutico
A ferramenta serve ao paciente, não o contrário.
Conclusão
Ferramentas são pontes entre teoria e prática. Mas uma ponte só funciona se alcançar quem precisa atravessar. Ao adaptar as ferramentas da TCC com criatividade, empatia e técnica, o terapeuta transforma papel e planilha em mudança real, significativa e duradoura.
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