Destravando a mudança: motivação na prática clínica da TCC
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Nem sempre o paciente chega à terapia motivado para mudar. Às vezes, ele até reconhece que precisa de ajuda, mas se sente travado, ambivalente, cansado ou confuso diante da possibilidade real de transformação. Na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), esse cenário é comum — e exige do terapeuta sensibilidade, técnica e estratégia.
Neste artigo, vamos discutir como trabalhar a motivação na prática clínica com base nos princípios da TCC e da Entrevista Motivacional. Vamos mostrar como ajudar o paciente a sair da estagnação e recuperar a potência de agir.
O que é motivação?
Motivação é o estado interno que impulsiona um indivíduo a agir em direção a um objetivo. Ela pode ser:
- Extrínseca: motivada por recompensas externas ou pressões sociais
- Intrínseca: conectada ao que é significativo, desejado e valorizado pela própria pessoa
No contexto clínico, nosso foco principal é a motivação intrínseca — aquela que sustenta mudanças duradouras e engajamento genuíno com o processo terapêutico.
Por que a motivação oscila?
A motivação não é um traço fixo, mas um processo dinâmico. Alguns fatores que impactam:
- Histórico de tentativas frustradas
- Falta de clareza sobre metas e valores
- Depressão, ansiedade ou baixa autoestima
- Pressão externa (família, juiz, escola)
- Medo de sair da zona de conforto (mesmo que ela doa)
É papel do terapeuta ajudar o paciente a identificar, compreender e reconstruir sua motivação de forma ética e colaborativa.
Estratégias práticas para trabalhar motivação na TCC
1. Psicoeducação sobre ambivalência
Explique que é normal querer mudar e resistir ao mesmo tempo. Nomear a ambivalência já reduz a culpa e favorece o engajamento.
“Parte de você quer sair dessa situação. Outra parte tem medo do que pode acontecer. Vamos escutar as duas?”
2. Conexão com valores
Ajude o paciente a responder:
- O que é importante pra você?
- Que tipo de vida você gostaria de construir?
- Como você gostaria de ser lembrado?
Depois, ligue as metas terapêuticas a esses valores.
3. Uso da escala de prontidão
Pergunte:
“De 0 a 10, quanto você se sente pronto para mudar isso?” “O que faria esse número subir um ponto?”
Essa técnica ajuda o paciente a se posicionar e a identificar barreiras subjetivas.
4. Evite imposições e confrontos
Motivação não nasce de pressão, mas de autonomia. Em vez de dizer “você precisa”, prefira:
“O que você acha que poderia tentar esta semana?”
5. Reforce pequenas conquistas
Cada passo importa. Valorize:
- Ir à sessão mesmo sem vontade
- Ter pensado em tentar uma tarefa
- Ter notado um padrão de pensamento
Esses pequenos avanços constroem autoconfiança e reforçam a motivação.
Entrevista Motivacional: uma aliada poderosa
A Entrevista Motivacional (EM) é uma abordagem complementar à TCC que ajuda a evocar a motivação intrínseca do paciente de forma não confrontativa. Seus princípios incluem:
- Empatia: escuta genuína e livre de julgamentos
- Discrepância: ajudar o paciente a perceber o desalinhamento entre seus valores e seu comportamento atual
- Evocação: extrair do próprio paciente os motivos para mudar
- Autonomia: reforçar que a escolha é sempre dele
Incorporar a EM à TCC amplia a capacidade do terapeuta de lidar com pacientes ambivalentes ou desmotivados.
Exemplo clínico
Paciente: jovem de 27 anos, com histórico de procrastinação e baixa autoestima.
Queixa: dificuldade em manter hábitos saudáveis e iniciar projetos pessoais.
Intervenções:
- Exploração de valores (liberdade, criatividade, saúde)
- Escala de prontidão para mudança
- Redução de tarefas para microações diárias
- Uso de reforços positivos e autoelogio
Resultados após 6 sessões:
- Início de uma rotina de autocuidado mínima
- Aumento da percepção de autoeficácia
- Redução da autocrítica paralisante
Conclusão
Motivação se constrói — e pode ser resgatada. Na TCC, trabalhá-la com empatia, clareza e estrutura fortalece o vínculo, impulsiona a ação e sustenta o processo terapêutico ao longo do tempo.
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