ACT e autocompaixão: desenvolvendo uma relação saudável consigo mesmo
👉 Masterclass Gratuita e Online
com a PHD Judith Beck
Nesta masterclass exclusiva, você vai:
• Descobrir as mais recentes inovações em TCC
• Entender as tendências que estão moldando o futuro da terapia
• Aprender insights práticos diretamente de uma referência mundial
• Participar de um momento histórico para a TCC no Brasil"
Muitos pacientes chegam à clínica carregando não apenas sofrimento, mas autocrítica severa, vergonha e exigência excessiva. Nesses casos, o sofrimento não está apenas nos eventos externos, mas na forma como a pessoa se trata internamente.
A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), uma abordagem da terceira onda da TCC, propõe um caminho baseado em aceitação, valores e presença — mas também oferece espaço para o cultivo de uma qualidade essencial à saúde emocional: a autocompaixão.
Neste artigo, exploramos como a ACT contribui para o desenvolvimento de uma relação mais gentil consigo mesmo, abordando os fundamentos da autocompaixão, suas aplicações clínicas e técnicas práticas para integrar esse recurso no contexto terapêutico.
O que é autocompaixão?
Segundo Kristin Neff, uma das principais pesquisadoras do tema, a autocompaixão envolve três componentes centrais:
- Autobondade: tratar-se com carinho e compreensão, em vez de crítica e dureza.
- Humanidade comum: reconhecer que o sofrimento faz parte da experiência humana — não estamos sozinhos na dor.
- Atenção plena (mindfulness): estar presente com a dor emocional, sem exagerá-la ou evitá-la.
Autocompaixão não é autopiedade, nem autoindulgência. É oferecer a si mesmo o cuidado que normalmente se ofereceria a um amigo querido em sofrimento.
Por que a autocompaixão é importante na ACT?
Na ACT, um dos principais objetivos é desenvolver flexibilidade psicológica: a capacidade de agir com liberdade, mesmo diante de emoções difíceis. Porém, sem autocompaixão, essa tarefa se torna muito mais árdua.
A autocompaixão contribui para:
- Reduzir a evitação experiencial;
- Aumentar a aceitação da dor emocional;
- Encorajar ações comprometidas com valores;
- Suportar recaídas ou momentos de fracasso com menos autocrítica;
- Cultivar uma postura de cuidado e paciência no processo terapêutico.
👉 Entenda o papel da aceitação como chave terapêutica na ACT neste artigo
A conexão entre ACT e autocompaixão
A ACT não fala diretamente em "autocompaixão" como conceito central, mas ela converge com os princípios da autocompaixão em diversos processos:

Exemplos clínicos de autocompaixão na ACT
Paciente com perfeccionismo
- Sofria com autocrítica intensa diante de erros.
- Com ACT + autocompaixão, passou a reconhecer que errar é parte do processo e que a rigidez não o protegia, apenas o paralisava.
Paciente com depressão
- Reproduzia pensamentos de autodepreciação como “não sirvo para nada”.
- Aprendeu a notar esses pensamentos com defusão e praticar exercícios de bondade consigo mesmo.
Paciente em luto
- Sentia culpa por não ter feito mais.
- Com mindfulness e autocompaixão, pôde acolher a dor e se conectar com a humanidade da perda.
Técnicas práticas para cultivar autocompaixão na ACT
1. Cartas para si mesmo
- Escrever uma carta com bondade e compreensão para si, como se fosse para um amigo que está passando pelo mesmo sofrimento.
2. Prática da mão no coração
- Em momentos de dor emocional, levar a mão ao peito e repetir frases de acolhimento como:
“Isso é difícil. Todos passam por momentos assim. Que eu possa ser gentil comigo agora.”
3. Metáfora do amigo compassivo
- Perguntar ao paciente: “O que você diria a um amigo na sua situação?”
Em seguida, convidá-lo a dizer isso para si mesmo.
4. Mindfulness com gentileza
- Conduzir meditações em que a atenção plena é acompanhada de frases compassivas, como “Está tudo bem sentir isso agora.”
5. Defusão com ternura
- Nomear pensamentos autocríticos como “a rádio do crítico interno” e respondê-los com frases de compaixão, não com debate racional.
Evidências científicas sobre autocompaixão
Pesquisas mostram que a autocompaixão está associada a:
- Menores níveis de depressão, ansiedade e estresse (Neff & Germer, 2013);
- Maior motivação para mudança e resiliência emocional;
- Redução da evitação experiencial e aumento da aceitação;
- Melhora na autoestima saudável (não inflada);
- Mais engajamento em comportamentos pró-saúde e autocuidado.
Quando combinada à ACT, a autocompaixão potencializa os efeitos da terapia e fortalece a relação terapêutica, especialmente em pacientes que enfrentam culpa, vergonha ou traumas.
Conclusão
A autocompaixão é mais do que uma técnica: é uma atitude radical de cuidado com a própria humanidade. Dentro da ACT, ela se manifesta em cada momento em que o paciente é convidado a aceitar sua dor com dignidade, se descolar de pensamentos autodestrutivos e agir com base no que realmente importa, mesmo nos dias difíceis.
Cultivar uma relação saudável consigo mesmo é, talvez, a mudança mais profunda que a terapia pode oferecer.
Aprimore sua prática com ACT e autocompaixão
Quer aprender como integrar a autocompaixão ao seu trabalho clínico com ACT, promovendo mais presença, aceitação e humanidade na terapia? Conheça a Formação Permanente do IC&C e desenvolva habilidades terapêuticas com profundidade, sensibilidade e base científica.
👉 Masterclass Gratuita e Online
com a PHD Judith Beck
Nesta masterclass exclusiva, você vai:
• Descobrir as mais recentes inovações em TCC
• Entender as tendências que estão moldando o futuro da terapia
• Aprender insights práticos diretamente de uma referência mundial
• Participar de um momento histórico para a TCC no Brasil"
Confira mais posts em nosso blog!









