Mindfulness na ACT: como cultivar presença e aceitação
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Em meio à correria do cotidiano, da sobrecarga emocional e do piloto automático, muitos pacientes chegam à clínica desconectados do presente — presos a pensamentos sobre o passado ou dominados pela ansiedade em relação ao futuro. Na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), uma das intervenções centrais para quebrar esse ciclo é o mindfulness.
Na ACT, mindfulness não é apenas uma técnica complementar: é um processo essencial para desenvolver flexibilidade psicológica, promovendo maior consciência, aceitação e capacidade de agir com base em valores, mesmo diante do sofrimento.
Neste artigo, vamos explorar o papel do mindfulness na ACT, como ele é trabalhado na prática clínica e quais os benefícios para a saúde mental dos pacientes.
O que é mindfulness?
Mindfulness pode ser definido como:
“A capacidade de prestar atenção, de forma intencional, ao momento presente, sem julgamentos.”
— Jon Kabat-Zinn
Na ACT, mindfulness é tratado como um processo experiencial, que envolve:
- Estar presente com o que acontece agora;
- Observar pensamentos, emoções e sensações sem tentar controlá-los;
- Cultivar uma postura aberta e curiosa diante da experiência interna.
Esse processo permite que o paciente reduza a fusão com pensamentos, diminua a reatividade emocional e retome o controle sobre seu comportamento, em vez de agir no piloto automático.
Mindfulness no modelo Hexaflex da ACT
A ACT trabalha seis processos centrais que compõem a flexibilidade psicológica. Dentre eles, dois estão diretamente ligados ao mindfulness:

Esses processos ajudam o paciente a não se perder em narrativas mentais, e sim a responder com mais liberdade diante das situações desafiadoras.
👉 Entenda o modelo Hexaflex neste artigo do blog
Por que mindfulness é importante na ACT?
- Interrompe o piloto automático: permite escolhas conscientes diante de impulsos emocionais.
- Reduz a fusão cognitiva: promove distanciamento dos pensamentos, como se fossem nuvens passando no céu.
- Aumenta a aceitação: favorece a disposição para sentir emoções difíceis sem evitá-las.
- Promove autorregulação emocional: ajuda o paciente a observar emoções antes de reagir.
- Reforça o engajamento com os valores: o foco no presente facilita ações com propósito.
Técnicas de mindfulness utilizadas na ACT
A ACT utiliza mindfulness de forma não estruturada e experiencial, diferente de protocolos como MBCT ou MBSR. Veja algumas práticas comuns na clínica:
1. Ancoragem na respiração
- Foco na sensação do ar entrando e saindo.
- Ajuda o paciente a retornar ao presente e interromper a ruminação.
2. Escaneamento corporal
- Atenção às sensações físicas, explorando o corpo com curiosidade.
- Útil para casos de ansiedade, dor crônica e dissociação.
3. Observação dos pensamentos
- Convidar o paciente a ver os pensamentos como eventos mentais que vão e vêm.
- Exemplo: “Você consegue observar esse pensamento como se fosse uma folha em um rio?”
4. Mindfulness informal
- Estar presente em tarefas do dia a dia: comer, tomar banho, caminhar.
- Estimula a prática fora das sessões e o cultivo de presença contínua.
5. Metáforas para o mindfulness
- “Rádio da mente”: reconhecer que os pensamentos estão sempre transmitindo, mas é possível escolher não prestar atenção.
- “Nuvens no céu”: emoções e pensamentos passam, não são permanentes.
- “Folhas no rio”: deixar os pensamentos irem sem se agarrar a eles.
Aplicações clínicas do mindfulness na ACT

👉 Veja mais sobre mindfulness no contexto da dor crônica neste post
Mindfulness e aceitação: a conexão fundamental
Na ACT, mindfulness e aceitação andam juntos. Estar presente não é suficiente se a experiência for rejeitada, julgada ou evitada.
Ao cultivar uma presença plena e acolhedora, o paciente aprende a:
- Aceitar o que sente, sem lutar contra as emoções;
- Descolar-se dos pensamentos, percebendo que eles não definem quem ele é;
- Responder com liberdade, mesmo em contextos de sofrimento.
Essa postura é o que permite a ação comprometida com os valores pessoais, mesmo quando a mente ou o corpo estão em dor.
Evidências científicas
Estudos mostram que mindfulness na ACT:
- Melhora a autorregulação emocional (Forman et al., 2007);
- Reduz sintomas de depressão, ansiedade e estresse (Hayes et al., 2006);
- Aumenta a qualidade de vida em pacientes com dor, transtornos de humor e ansiedade (Ruiz, 2010);
- Atua como um dos mecanismos ativos mais relevantes na mudança terapêutica com ACT.
Conclusão
Na ACT, o mindfulness não é apenas uma técnica: é um modo de estar no mundo. Ele permite que o paciente pare de lutar contra a própria mente e comece a viver com mais leveza, aceitação e autenticidade.
Ao cultivar presença e observar sua experiência com abertura, o paciente aprende a agir com liberdade, mesmo diante da dor, reconstruindo sua vida com base no que realmente importa.
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