ACT (Terapia de Aceitação e Compromisso): aceitação como chave terapêutica
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Em um mundo cada vez mais voltado ao desempenho, controle e eliminação do sofrimento, pode soar estranho ouvir que a aceitação pode ser o caminho da mudança. Mas é exatamente isso que propõe a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT): que o sofrimento não precisa desaparecer para que a vida aconteça com sentido.
Ao contrário de abordagens que buscam modificar o conteúdo dos pensamentos ou eliminar sintomas, a ACT convida o paciente a aceitar sua experiência interna, como passo fundamental para agir em direção a uma vida baseada em valores. Neste artigo, exploramos como a aceitação opera como chave terapêutica na ACT, seus fundamentos conceituais e aplicações clínicas.
O que é a aceitação na ACT?
Na ACT, aceitação é definida como:
“A disposição ativa para experimentar eventos privados indesejados (como pensamentos, sentimentos e sensações) sem defesa, resistência ou tentativa de evitá-los.”
— Hayes, Strosahl & Wilson (2012)
Isso significa abrir espaço para a experiência interna, permitindo que ela venha como ela é, sem tentar mudá-la ou controlá-la.
A aceitação não é resignação ou passividade. Trata-se de um movimento intencional e corajoso, que permite ao indivíduo agir com liberdade, mesmo diante do desconforto.
Por que a aceitação é necessária?
Em contextos de sofrimento psicológico, o movimento mais comum é tentar controlar ou evitar emoções e pensamentos desagradáveis. Isso pode gerar:
- Evitação experiencial: fuga de contextos que geram desconforto (ex.: não ir a festas por medo de julgamento).
- Fusão cognitiva: acreditar literalmente nos pensamentos negativos.
- Supressão emocional: tentar “empurrar” os sentimentos para longe.
O problema é que esses esforços de controle muitas vezes aumentam o sofrimento, tornando-o crônico e debilitante.
A ACT propõe o contrário: em vez de lutar contra a dor, abraçá-la com gentileza e agir de acordo com seus valores, independentemente dela.
A aceitação como parte da flexibilidade psicológica
A aceitação é um dos seis processos centrais do modelo Hexaflex, que sustenta a ACT:
- Aceitação
- Defusão cognitiva
- Contato com o momento presente
- Eu como contexto
- Valores
- Ação comprometida
Esses processos atuam juntos para desenvolver a flexibilidade psicológica, entendida como a capacidade de agir com liberdade em direção ao que importa, mesmo em meio à dor.
👉 Leia mais sobre a flexibilidade psicológica neste artigo
Exemplos clínicos do uso da aceitação
Caso 1 – Fobia social
- Queixa: “Não consigo falar em público, fico paralisado.”
- Abordagem ACT: Treinar aceitação da ansiedade e vergonha, mantendo o compromisso com o valor de se expressar.
Caso 2 – Luto
- Queixa: “Quero parar de sentir essa dor.”
- Abordagem ACT: Aceitar a dor como parte natural do vínculo e reconectar-se aos valores de afeto e memória.
Caso 3 – Transtorno obsessivo-compulsivo
- Queixa: “Preciso parar esses pensamentos.”
- Abordagem ACT: Aceitar os pensamentos obsessivos como ruído mental e reduzir os rituais, priorizando ações com sentido.
Técnicas práticas para trabalhar aceitação
1. Exercício da "porta giratória"
- O terapeuta convida o paciente a imaginar que, ao tentar expulsar emoções difíceis, outras entram pela porta de trás.
- Objetivo: mostrar que a luta mantém o sofrimento em movimento.
2. Metáfora da “areia movediça”
- Quanto mais a pessoa se debate na areia, mais afunda.
- Ao parar de resistir e se deitar, encontra estabilidade.
- Aprendizado: não lutar com a dor é a forma mais segura de seguir em frente.
3. Exercício de expansão
- Convida o paciente a “fazer espaço” para uma emoção difícil, respirando com ela.
- Reforça o não-julgamento e a curiosidade compassiva.
4. Mindfulness da emoção
- Observar a emoção com atenção plena, nomeando-a e acompanhando suas manifestações corporais sem tentar alterá-las.
Quando a aceitação pode ser mal compreendida
É importante esclarecer que:
- Aceitação não é se conformar com situações injustas ou abusivas.
- Aceitação não é gostar da dor, mas permitir que ela exista sem nos dominar.
- Aceitação não é ausência de ação, mas agir apesar da dor.
A ACT não convida à passividade, mas à ação com lucidez, mesmo na presença do sofrimento.

Evidências da aceitação como mecanismo de mudança
Estudos mostram que:
- A aceitação reduz a reatividade emocional em situações estressantes.
- Pessoas com maior aceitação experiencial têm menor impacto emocional de eventos traumáticos.
- A aceitação é preditora de bem-estar psicológico a longo prazo (Bond et al., 2011; Hayes et al., 2006).
A aceitação não é o fim do sofrimento, mas o início da liberdade.
Conclusão
A ACT nos convida a uma revolução silenciosa: aceitar para mudar. Ao abrir espaço para emoções difíceis e parar de lutar contra a própria mente, o paciente descobre que é possível viver com mais leveza, propósito e autenticidade.
A aceitação, longe de ser fraqueza, é um gesto profundo de coragem e maturidade emocional — e a ACT é o caminho terapêutico que ajuda pacientes a cultivá-la com segurança e evidência científica.
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