Como trabalhar crenças disfuncionais na TCC
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Na base dos pensamentos automáticos e das distorções cognitivas estão as crenças disfuncionais — estruturas mentais profundas que moldam a forma como a pessoa interpreta a si mesma, os outros e o mundo. Na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), identificar e intervir nessas crenças é um dos processos mais transformadores da clínica.
Neste artigo, você vai entender o que são crenças disfuncionais, como elas se formam e quais estratégias são mais eficazes para trabalhar com elas de maneira ética, sensível e baseada em evidências.
O que são crenças disfuncionais?
Crenças disfuncionais (ou crenças centrais) são pensamentos arraigados, globais e muitas vezes inconscientes que o indivíduo constrói sobre si, os outros e o futuro.
Exemplos comuns:
- "Sou inadequado."
- "Não posso confiar em ninguém."
- "Se eu não for perfeito, serei rejeitado."
Essas crenças funcionam como lentes cognitivas que distorcem a percepção da realidade. São aprendidas ao longo da vida, especialmente em experiências significativas na infância e adolescência.
Tipos de crenças centrais mais comuns
- Crenças de desvalor pessoal: "Sou um fracasso", "Não sou digno de amor"
- Crenças de desconfiança: "As pessoas vão me machucar"
- Crenças de vulnerabilidade: "Algo ruim vai acontecer comigo"
- Crenças de controle rígido: "Não posso errar", "Tenho que ter certeza de tudo"
- Crenças de exigência externa: "Preciso agradar para ser aceito"
Como acessar as crenças disfuncionais na clínica?
1. Técnica da seta descendente
Pergunte sucessivamente:
“Se isso for verdade, o que isso diz sobre você?” “E se isso for verdade, qual seria o problema?”
Essa técnica ajuda a sair do pensamento automático e acessar a base emocional mais profunda.
2. Análise de padrões repetitivos
Identifique temas recorrentes nos relatos do paciente:
- Que situações se repetem?
- Qual a leitura que ele faz de si e dos outros nesses momentos?
3. Respostas emocionais desproporcionais
Quando o paciente reage de forma intensa a uma situação aparentemente neutra, isso pode indicar uma crença ativada.
Estratégias para trabalhar crenças disfuncionais
🔹 Psicoeducação
Explique o conceito de crença central com metáforas:
- “São como óculos mentais que usamos sem perceber.”
- “São mapas antigos que às vezes nos levam por caminhos errados.”
🔹 Testes de realidade
Planeje com o paciente situações em que ele possa testar a validade de suas crenças com base em dados concretos.
🔹 Cartas cognitivas
Convide o paciente a escrever uma carta para si mesmo contestando a crença, usando linguagem compassiva e dados da própria vida.
🔹 Reestruturação de esquemas
Use estratégias mais profundas, como identificar a origem da crença e trabalhar a reformulação com base em novas experiências terapêuticas e relacionais.
🔹 Experimentos vivenciais
Exemplo: paciente com crença “se eu mostrar fraqueza, serei rejeitado” pode treinar vulnerabilidade controlada em ambiente seguro e avaliar os resultados.
Cuidados clínicos
- Trabalhar crenças exige tempo, vínculo e sensibilidade
- Não confronte diretamente — ajude o paciente a construir alternativas
- Monitore reações emocionais intensas e valide o sofrimento
- Integre estratégias cognitivas, emocionais e relacionais
Adaptando a reestruturação cognitiva para diferentes perfis de pacientes
A reestruturação cognitiva não é uma técnica “tamanho único”. Para ser eficaz, ela precisa ser ajustada ao perfil do paciente — considerando idade, escolaridade, nível de insight, contexto sociocultural e estilo de aprendizagem.
Veja como adaptar a intervenção com diferentes públicos:
🔹 Crianças e adolescentes
- Use histórias, metáforas, jogos e desenhos para explorar pensamentos.
- Trabalhe com situações do cotidiano escolar ou familiar.
- Seja concreto e visual. Registros com emojis, tabelas coloridas ou cartões funcionam bem.
🔹 Adultos com pouca escolaridade
- Evite termos técnicos ou estruturas complexas.
- Use exemplos da vida real e linguagem simples.
- Trabalhe com perguntas abertas: “O que sua cabeça te disse na hora?”
🔹 Pacientes com transtornos ansiosos
- Foque na previsibilidade e na segurança emocional.
- Utilize registros escritos com frequência para organizar o pensamento.
- Faça testes comportamentais para desafiar previsões catastróficas.
🔹 Pacientes com depressão grave
- Trabalhe com baixa energia e foco reduzido.
- Comece por pensamentos mais acessíveis e próximos da realidade atual.
- Valorize pequenas mudanças na perspectiva.
🔹 Pacientes com alta rigidez cognitiva
- Evite confrontos diretos; prefira o diálogo socrático e gradual.
- Trabalhe com mais repetições, experimentos e validações.
- Reforce o vínculo como base segura para flexibilização.
Conclusão
Crenças disfuncionais não se apagam — se transformam. E a reestruturação cognitiva, quando adaptada com empatia e técnica, permite que diferentes perfis de pacientes se reconectem com uma forma mais flexível, saudável e compassiva de pensar.
Se você quer aprofundar sua atuação clínica com base na reestruturação de crenças, conheça nossa Formação Permanente em TCC e Neuropsicologia e leia mais conteúdos no blog do ICC.
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